quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

surdez

A Surdez Corporativa

por Alessandra Assad

A falta de segurança psicológica no ambiente de trabalho faz com que muitas
pessoas percam o rumo e fiquem sem uma bússola que aponte uma direção para
onde as coisas devem caminhar. Talvez o segredo para a mudança com sucesso
esteja na estabilidade. Estabilidade só acontece quando se mostra, se
explica para as pessoas o porquê das mudanças. Quando elas se sentem
envolvidas no senso de urgência das coisas. É preciso deixá-las se
comprometerem, delegar tarefas, compartilhar decisões e analisar junto os
resultados. E quem consegue isso nas corporações modernas?

Apenas os grandes líderes, sem sombra de dúvidas. Afinal, eu não decido para
onde ir, mas decido como vou chegar lá e se eu quero chegar lá. E esta
decisão vai depender muito mais do compartilhamento da visão, que tem de ser
clara para todos da equipe. Todas as conseqüências e/ou erros que possam
acontecer em processos de mudanças, estarão diretamente relacionados a
apenas um erro, que vou chamar aqui de Surdez Corporativa.

Mas não basta ter a visão da mudança. É preciso despertar esta visão nas
pessoas e ainda mostrar para elas que onde quer que elas estejam, haverá
claramente um rumo, uma luz no final do túnel e quais os impactos que estas
mudanças gerarão positivamente em suas vidas, mesmo que isto aconteça a
médio e longo prazos. É preciso inspirar a mudança.... e isso só se consegue
conhecendo profundamente as necessidades inspiradoras de cada indivíduo, um
a um, e costurando-as de uma forma que consiga se alinhar para o bem
comum...e só quem ama o que faz consegue chegar neste nível. O amor fraterno
é a única força capaz de gerar a verdadeira coesão entre as pessoas.

Simplicidade e Assertividade - A simplicidade na comunicação e a
assertividade no envolvimento são as peças-chaves para o sucesso de qualquer
mudança numa organização. Ações e palavras comunicam, mas são as atitudes
que servem de exemplo e espelho para tirar as pessoas de suas zonas de
conforto ou voltarem a acreditar em algo, aumentando sua auto-estima e
querendo que dê certo realmente.

E é isso o que realmente importa: dar certo. Para Robert Sutton, professor
de administração em Stanford, a chave do sucesso a longo prazo não é a
habilidade de inventar novos produtos ou serviços, mas sim a capacidade de
adaptação, inventando novas formas de pensar e agir. E o tempo maior para
que mudanças aconteçam está no amadurecimento da idéia dentro da cabeça e do
coração de cada indivíduo.

Compromisso - O compromisso com a transformação é o que gera a transmutação
das pessoas e as mudanças nas corporações.E quem pode controlar todo este
fluxo emocional é apenas um líder bem preparado auditivamente.

O foco deveria ser diário, as ações também, e como reflexo, as mudanças
pegam carona todos os dias. E é a somatória de todos esses dias que fará a
grande diferença num processo de longo prazo, o que permite, inclusive,
corrigir a rota em tempo, caso seja necessário.Não acredito que processos de
mudanças corporativas estejam calcados apenas na reengenharia. Pelo
contrário. É algo muito maior, que vem de dentro para fora de cada indivíduo
como um ser uno para o universo. E ele só vai corresponder, se sentir o
mesmo em relação à empresa. Os líderes, infelizmente precisam ser fortes o
bastante para não fraquejar frente a suas equipes, mesmo nos momentos mais
difíceis das mudanças. São eles que vão segurar a base da pirâmide
acreditando e agindo com proatividade e são eles que vão arruinar e implodir
qualquer projeto também caso demonstrem fraqueza ou digam abertamente que
não acreditam na mudança proposta.

Sensibilidade - Quando o cumprimento envolve dificuldades, é preciso lembrar
da importância do experimentar, e do quanto o medo toma tempo em nossas
vidas. É preciso elaborar, controlar e executar. Mas acima de tudo, criar o
hábito da mudança. É preciso aprender a ouvir os colaboradores e suas
necessidades. Mas o primordial é aprender a ouvir a voz do coração de cada
um deles e a ler o que diz o brilho de cada olhar.

Questões culturais exigem sensibilidade também por parte dos dirigentes.
Entender de pessoas, de origens, de personalidades pode ser um grande
diferencial competitivo das próximas décadas. São os líderes que vão manter
a chama acesa, mas são os gerentes que vão cuidar do funcionamento e da
funcionalidade e andamento diário dos processos.

Mas para isso, é preciso ter apenas uma habilidade: saber ouvir a voz do
coração das pessoas e o que elas esperam para elas. A resposta está aí, e a
assertividade também. Alinhando as vozes dos corações das pessoas com os
discursos sinceros dos líderes das corporações, dificilmente haverá ruído
nas comunicações, dificilmente haverá falhas nos processos, dificilmente
alguém morrerá de infarto antes da hora. Por um único motivo: o coração será
capaz de falar aquilo que está sentindo.

*Alessandra Assad ( <mailto:alessandra@assimass ad.com.br)>
alessandra@assimass ad.com.br) Diretora de redação da revista VendaMais.
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Comunicação Audiovisual e MBA em
Direção Estratégica, é palestrante, professora universitária e colunista de
marketing e propaganda. Foi repórter, apresentadora e produtora em
televisões e rádios com programas e produções ao vivo e gravadas. Site:
<http://www.assimass ad.com.br/> www.assimassad. com.br


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